Planta / Corte, Galeria Luisa Strina, 2015
Exposição individual
Galeria Luisa Strina, São Paulo, BR, 2015
A Galeria Luisa Strina tem o prazer de anunciar a 4a exposição individual do artista Marcius Galan.
O título da exposição é retirado da denominação das vistas de desenhos de arquitetura, utilizadas para a compreensão geral da área de um projeto.
Em Planta/Corte, Marcius Galan fragmenta elementos como linhas, cantos, e intervalos, em uma escala próxima à escala real, em que a espessura das linhas coincide com a das paredes da galeria.
Exercícios geométricos e de transposição de escalas, além do tráfego entre diferentes disciplinas, são recorrências em seu trabalho. Na Bienal de São Paulo de 2010, o artista apresentou dois trabalhos: Ponto em escala real, apropriando-se de um elemento gráfico do mapa (um ponto) e submetendo-o a uma escala 1:1; e Entre, um conjunto de microscopias que partiam de linhas divisórias em mapas nos quais a noção de precisão se transformava na possibilidade de adentrar em um universo interno às fibras do papel.
O universo da geometria costuma ser encontrado em sua pesquisa. A linha pode ser um simples desenho no papel, assim como também pode se impor como barreira física, impossibilitando a livre movimentação entre territórios, orientando nosso percurso pela cidade, e organizando o espaço doméstico e, diagramando os formulários burocráticos, as filas de banco, etc. Nesse sentido, ao desmembrar essas plantas em pequenos fragmentos, temos uma situação ambígua entre a organização e a desordem.
Translúcido, outra série apresentada na exposição, é formada por sobreposições de retângulos de ferro vazios que estão posicionados contra a parede e projetam um improvável reflexo de vidro e sombra. O trabalho forma um conjunto de janelas, em equilíbrio aparentemente precário, onde a percepção do espaço está outra vez em jogo.
Na última sala será apresentado um conjunto de trabalhos inéditos intitulados A mão suja, em que superfícies impregnadas de grafite são suspensas em uma parede que guarda a marca de sua instalação, formando desenhos que registram os movimentos durante a montagem da sala. Novamente o desenho deixa de lado seu aspecto virtual, de representação, e impregna a sala com os rastros do trabalho ali realizado durante o período de pouco mais de uma semana.
Ao sobrepor sistemas e códigos, apresentando novas formas de leitura e de compreensão do espaço, Marcius Galan explora a funcionalidade dos objetos e dos sistemas de representação, e propõe, consequentemente, um questionamento acerca da ideia de precisão – sobretudo no que se refere à representação de lugar, como a cartografia, a geometria, a arquitetura e o design.